Pois é, pensei muito antes de publicar esse post. Não quero que seja mulherzinha, OK?!
Além de estar com toda a minha musculatura "travada" com o efeito do ácido lático, que só 24 horas depois se manifestou por todo o meu corpo, sentei e encarei os fatos.
É fato que eu nunca havia sido assaltada no Rio de Janeiro em 35 anos.
Por toda a vida andei de bicicleta pelo meu bairro de infância, o Jardim Botânico. Frequentemente vou a praia, resolvo tudo de bicicleta, pela Gávea, Leblon, Ipanema e Copacabana sempre escolhendo rotas mais seguras, iluminadas e frequentadas.
Nesta sexta feira, voltando de Ipanema as 21h pela ciclovia da Lagoa, ainda havia movimento de pessoas, e passando pelo Clube Monte Líbano, reparei que as luzes da ciclovia estavam mais escuras ao descer a ponte dos pescadores. No mesmo segundo vi um ser humano descortinando de uma árvore, quando virei o guidon para desviar vieram mais quatro, de diferentes direções, uns mais próximos outros mais velozes, e meio furiosos...Pedalei mais rápido, quando entrei nas pedrinhas em direção a calçada próximo a rua. Não deu tempo.
Senti meu pneu de trás derrapando (só agora realizo que ele deve ter sido chutado), foi quando cai, e eles me cercaram. Havia uma distância entre nós, (a bicicleta caida, eles e eu) eu virada para a rua, abri os braços para trás, eles retiraram minha mochila e eu saí correndo em direção a rua, toda suja de areia e bastante nervosa. Um taxista muito anjo parou e me levou embora dali.
É fato que, sou menina, ando com a pior bicicleta do mercado, assim como meu cel, e minhas chaves são os objetos de maior valor para mim. Meu veículo, minha comunicação, minha casa e eu.
E é fato que a Lagoa, e especialmente esse ponto, perto do Clube Monte Líbano, que me lembro bem onde um dia existiu um quiosque que um dia amanheceu queimado, não sei por que?! é alvo de frequentes assaltos a bicicletas e pedestres desde a déc. de 80.
Parece que não mudou muito, fui apenas mais uma na estatística. Tentei fazer um B.O. na delegacia, mas todos estavam envolvidos com dois procedimentos, desisti e resolvi descansar e colocar a cabeça no lugar e agradecer muito, por ter saído apenas com arranhões ardidos, e dores musculares, zero cortes.
Como disse minha afilhada: "Dinda que bom que o seu corpo e a sua alminha estão aqui, né"...
É, preciso pedir que a policia faça seu trabalho, patrulhe mais a Lagoa a noitinha, olhe mais por nós nesse momento da escolha de eliminar o crescimento do tráfico nas favelas do Rio.
Assim como na Rua Faro, pacata e pequena rua do meu bairro, que tem sido alvo de frequentes assaltos, olhar pelos pedestres, penso ser inevitável para parte dessa estratégia de melhorar a violência na cidade.
Não apenas na zona sul mas sei que esse reflexo é inevitável, para que dê certo ter UPP's no Rio.
A violência escoa, e não ecoa, por que é pequena, mas grande no coração de quem sofre.
Já passou! Meus amigos são anjos, e estão sendo muito companheiros nesse momento, sem cartão nem dinheiro, nem chave de casa, nem dinheiro para pagar o chaveiro, um feriadão, mas estou viva!!
O custo do meu prejuizo com certeza será bem maior do que o ganho dos ladrões...e isso não entra nas esatísticas... Bora pra frente, por que daqui eu não saio, e Viva a Incriveland.
Incriveland é onde nos sentimos verdadeiros moram e só queremos o melhor para a Cidade.
Ou chama o Cap. Nascimento, ou teremos que falar em Giuliani?!!